Uma estratégia bastante comum é o emprego de substâncias de uso recreacional, como a nicotina - que melhora a atenção e a memória, e inclusive o álcool, como um melhorador da criatividade. Mas o coração dos nootrópicos farmacológicos está nos estimulantes de origem sintética, como a anfetamina, o metilfenidato, o modafinil, a memantina e os inibidores da acetilcolinesterase (ex.: rivastigmina).
No entanto, as evidências do real benefício dessas substâncias como melhores de performance ainda é incerto. Muito do que acontece com o uso dessas substâncias, e já relatado em estudos, é o efeito placebo. Um exemplo disso foi um estudo com voluntários que acreditavam ter recebido uma mistura com anfetamina que apresentaram um desempenho cognitivo nas tarefas solicitadas melhor do que os voluntários que realmente haviam sido medicados.
Os nootrópicos sintéticos mais conhecidos são o metilfenidato, a anfetamina, o modafinil e o piracetam. De todos esses, o piracetam é a substância com mais evidências dessa capacidade.
De uma maneira geral, existem outras inúmeras substâncias apontadas como nootrópicos, porém sem comprovação científica. Hoje em dia, é comum vermos propaganda de substâncias com a promessa de aumentar a concentração e o rendimento, mas como relatado acima, as indústrias que as produzem não possuem nenhuma obrigação de comprovar os benefícios que prometem.
O ponto final desse texto é o seguinte: substâncias que vão turbinar seu cérebro ou que garantirão que você use 100% da sua capacidade cerebral (um dos maiores mitos da neurociência!!!) não existem. O que existe são substâncias que são facilitadoras dos processos cognitivos, que garantem um melhor desempenho cognitivo. E o mais importante: SÓ DEVEM SER UTILIZADAS SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA e ORIENTAÇÃO FARMACÊUTICA. Seu uso deve ser acompanhado de uma boa orientação e conscientização sobre essa prática.
REFERÊNCIAS: 1. DRESLER, M. et al. Hacking the brain: dimensions of cognitive enhancement. ACS Chem. Neurosci., v.10, p.1137-1148, 2019. 2. GOULIAEV, A.H., SENNING, A. Piracetam and other structurally related nootropics. Brain Research Reviews, v.19, p.180-222, 1994. 3. ROSE, S.P.R. 'Smart drugs': do they work? Are they ethical? Will they be legal? Nature Reviews Neuroscience, v.3, p.975-979, 2002. 4. WOLFGANG, F., MUHS, A., PFEIFER, A. Cognitive enhancer (nootropics). Part 1: Drugs interacting with receptors. Jornal of Alzheimer's Disease, v.32, p.793-887, 2012.
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